ritos odinicos
religião germânica pré- românca com adeptos até hoje.
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quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
A missão de Purna
Ora Buda, que, em prol da nova fé, levanta
Na Índia antiga o clamor de uma cruzada santa
Contra a religião dos brâmanes, - medita.
Imensa, em torno ao sábio, a multidão se agita:
E há nessa multidão, que enche a planície vasta,
Homens de toda a espécie, árias de toda a casta.
Todos os que (a princípio, enchia Brahma o espaço)
Da cabeça, do pé, da coxa ou do antebraço
Do deus vieram à luz para povoar a terra:
- Xátrias, de braço forte armado para a guerra;
Saquias, filhos de reis; leprosos perseguidos
Como cães, como cães de lar em lar corridos;
Os que vivem no mal e os que amam a virtude;
Os ricos de beleza e os pobres de saúde;
Mulheres fortes, mães ou prostitutas, cheio
De tentações o olhar ou de alvo leite o seio;
Guardadores de bois; robustos lavradores,
A cujo arado a terra abre em frutos e flores;
Crianças; anciãos; sacerdotes de Brahma;
Párias, sudras servis rastejando na lama;
- Todos acham amor dentro da alma de Buda,
E tudo nesse amor se eterniza e transmuda.
Porque o sábio, envolvendo a tudo, em seu caminho
Na mesma caridade e no mesmo carinho,
Sem distinção promete a toda a raça humana
A bem-aventurança eterna do Nirvana.
Ora, Buda medita.
À maneira do orvalho,
Que, na calma da noite, anda de galho em galho
Dando vida e umidade às árvores crestadas,
- Aos corações sem fé e às almas desgraçadas
Concede o novo credo a esperança do sono:
Mas... as almas que estão, no horrível abandono
Dos desertos, de par com os animais ferozes,
Longe de humano olhar, longe de humanas vozes,
A rolar, a rolar de pecado em pecado?.
Ergue-se Buda:
"Purna!"
O discípulo amado
Chega:
"Purna! é mister que a palavra divina
Da água do mar de Omã à água do mar da China,
Longe do Indus natal e das margens do Ganges,
Semeies, através de dardos, e de alfanjes,
E de torturas!"
Purna ouve sorrindo, e cala.
No silêncio em que está, um sonho doce o embala.
No profundo clarão do seu olhar profundo
Brilham a ânsia da morte e o desprezo do mundo.
O corpo, que O rigor das privações consome,
Esquelético, nu, comido pela fome,
Treme, quase a cair como um bambu com o vento;
E erra-lhe à flor da boca a luz do firmamento
Presa a um sorriso de anjo.
E ajoelha junto ao Santo:
Beija-lhe o pó dos pés, beija-lhe o pó do manto.
"Filho amado! - diz Buda - essas bárbaras gentes
São grosseiras e vis, são rudes e inclementes;
Se os homens (que, em geral, são maus os homens todos)
Te insultarem a crença, e a cobrirem de apodos,
Que dirás, que farás contra essa gente inculta?"
"Mestre! direi que é boa a gente que me insulta,
Pois, podendo ferir-me, apenas me injuria..."
"Filho amado! e se a injúria abandonando, um dia
Um homem te espancar, vendo-te fraco e inerme,
E sem piedade aos pés te pisar, como a um verme?"
"Mestre! direi que é bom o homem que me magoa,
Pois, podendo ferir-me, apenas me esbordoa..."
"Filho amado! e se alguém, vendo-te agonizante,
Te furar com um punhal a carne palpitante?"
"Mestre! direi que é bom quem minha carne fura,
Pois, podendo matar-me, apenas me tortura..."
"Filho amado! e se, enfim, sedentos de mais sangue,
Te arrancarem ao corpo enfraquecido e exangue
O último alento, o sopro último da existência,
Que dirás, ao morrer, contra tanta inclemência?"
"Mestre! direi que é bom quem me livra da vida.
Mestre! direi que adoro a mão boa e querida,
Que, com tão pouca dor, minha carne cansada
Entrega ao sumo bem e à suma paz do Nada!"
"Filho amado! - diz Buda - a palavra divina,
Da água do mar de Omã à água do mar da China,
Longe do Indus natal e dos vales do Ganges,
Vai levar, através de dardos e de alfanjes!
Purna! ao fim da Renúncia e ao fim da Caridade
Chegaste, estrangulando a tua humanidade!
Tu, sim! podes partir, apóstolo perfeito,
Que o Nirvana já tens dentro do próprio peito,
E és digno de ir pregar a toda raça humana
A bem-aventurança eterna do Nirvana!"
Olavo Bilac-- Viagens
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Marcadores: poemas
último soneto
Sem o fulgor da estrela tão ditos
Sem o primor da rima já harmoniosa
Que traz ao verso a tua luz difusa
Sou um pecador, confesso-,me a ti Musa
Chama singela a crepitar formosa
Só ter no verso a inspiração confusa
Que torna a vida do poeta odiosa
Em tão cegueira, tentei a tua gloria
Como se dela fosse meritória
A minha obra vã sonho frustrado
Mas acordei e ajoelhado em teu altar
Peço perdão, meu crime foi te amar
Querer-te com ardor ,foi meu pecado
Jcf-1956
Postado por TYTAN às 12:52 0 comentários
Marcadores: poesia
ultimo lamento
Que é do amor, pergunto a ti saudade
Do tempo que eu vivia de criança
Com minha mãe e pai ,é uma lembrança
Que traz alguma vez, felicidade
Que é do amor, pergunto a ti, bonança
Do lar em que eu vivia em ansiedade
A abraçar o ideal que nesta idade
Já é soturna e tão mera esperança.
Hoje estou só ,sem pai e sem caminho
De minha mãe tão longe do carinho
Que sigo com a dor sem luz ,sem lar
Pedindo para Deus ,pastor divino
Do céu ,do mar ,da luz , do meu destino
A ventura de outra vez poder amar
Jcf-1954
Postado por TYTAN às 12:49 0 comentários
Marcadores: poesia
soneto da namoradinha
Sinto que pensas ,se estou a seu lado,
que louco eu estou para conquistar-te ,
Que por ti, eu estou apaixonado,
e não tenho coragem de falar-te.
Que sou um bom aluno amalucado,
vendo as Ciencias bailar em toda parte.
E ri-se de me ver acabrunhado,
Usando de toda faceirice, a arte.
Ora menina, quero que saibas ,a sorte
Das garotas que eu já conquistei
Ao abandono meu querem a morte
Pois embora, pareça mau ator
Todas sabem quando eu namorei
Que sou poeta e sei falar de amor.
Jcf–1956
,
Postado por TYTAN às 12:37 0 comentários
Marcadores: poesia
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
soneto da primeira paixão
Nem pelo prazer tolo da conquista
Nem pelo alvo fútil, egoísta
De ter-te submissa a minha vontade
Quero o teu beijo sim ,pela ansiedade
Que sinto ao ver-te ,como sente o artista
A expressão do ideal que n’alma assista
O gozo supremo da felicidade
Quero teu beijo. Pra sentir que és minha
para acalmar o meu amor que já caminha
Longe do teu ,numa corrida louca
Como a paixão é fugaz e tão sofrida
Quero lembrar por toda minha vida
Um sopro de tua alma em minha boca
Jcf-1960
Postado por TYTAN às 12:46 0 comentários
Marcadores: poesia